Descobrindo o Piemonte, um mini-guia para seu planejamento
- saoasmelhorescoisas
- 25 de ago. de 2017
- 3 min de leitura

Localizada no noroeste da Itália, a região do Piemonte é atualmente famosa por seus excelentes vinhos e gastronomia. Quem nunca ouviu falar dos míticos Barolo e Barbaresco?
Não muito tempo atrás, era um local rural marcado pela pobreza. A vida difícil dos camponeses até hoje se expressa em receitas tradicionais da cucina povera italiana, reconhecida como a arte de tratar bem ingredientes normalmente desprezados pela alta culinária. Também é notabilizada por suas trufas.
A partir dos anos 80, com o incremento nos processos de cultivo e vinificação de uvas, principalmente da nebiollo, a região prosperou, a ponto de suas pequenas e charmosas vilas, acostumadas à calmaria da vida rural, passarem a ser o centro de uma peregrinação turística cada vez mais intensa. Tendo por polo a cidade de Alba, o Piemonte é dividido em sub-regiões, entre as quais se destaca Cuneo, onde fica o Langhe, local formado por pequenos povoados espalhados por uma área de colinas dispostas em formato lembrando uma língua, ornamentadas por vinhedos pitorescos, oferecendo paisagens deslumbrantes e um pôr do sol de cair o queixo.
Para explorar a região, é altamente recomendável estar de carro, pois as distâncias entre as vilas são significativas e não há transporte público como em grandes cidades. Além disso, a autonomia conferida por estar com um veículo permitirá a você um planejamento mais flexível. E tudo o que você quer quando está no Piemonte é não se preocupar com horários e rotina, não é mesmo?! ;-)
No quesito hospedagem, com o estabelecimento da região como zona turística, a oferta de espaços aumentou muito nos últimos anos. Para os mais habituados à selva de pedra, a recomendação geral é estabelecer base em Alba, em um de seus inúmeros hotéis, utilizando o transporte próprio para se deslocar entre as vilas próximas da cidade durante o dia.
Já para aqueles dispostos à sentir o clima da zona rural, vale muito se estabelecer em umas das vilas do Langhe. No nosso caso, a escolhida foi La Morra, tanto por se situar a meio caminho entre os povoados de Barbaresco e Barolo, como por estar a uma distância confortável dos principais produtores de vinhos que escolhemos visitar, além de contar com uma vista maravilhosa da região por se situar em uma grande colina.
Há diversas opções de hospedagem em La Morra, para todos os gostos e bolsos. Como pessoas que normalmente gostam de economizar nesse quesito, podemos atestar que o Piemonte é uma exceção a essa regra. Definitivamente não é o caso de escolher aquele quartinho apertado só para tomar banho e dormir, a exemplo do que fazemos em cidades grandes.
Você pode estar se perguntando: Mas por que não economizar em hospedagem para gastar com os vinhos? Porque lá, ao contrário de nosso adorável país, os vinhos são muito mais baratos e melhores. Por outro lado, diferente de grandes aglomerados urbanos, a disputa por espaço não é tão intensa, de forma que um pouco de pesquisa atenta renderá um pedaço de conforto para aproveitar a paz e tranquilidade do Piemonte.
Mas acima de tudo isso, escolher uma boa hospedagem é essencial porque você provavelmente irá gostar de ensaiar uma quebra de rotina naquele turismo do tipo “levanta cedo e caminha até despencar na cama” para um tipo de viagem mais dolce fare niente, talvez preparando as próprias refeições entre uma e outra visita à produtores de vinhos, ou apenas para escutar a vida no campo, curtir as paisagens e ver as estrelas com uma taça na mão. Seja pelo que for, vai por nós, a hospedagem nesse caso não é um mero depósito de bagagens e corpos quebrados no fim da noite. Se quiser uma sugestão de local, na condição de hóspedes extremamente satisfeitos, recomendamos esse lugar, agendado pelo AirBNB.
O que fazer no Piemonte? Fácil. Visitar alguns produtores de vinho, comer em um dos preciosos restaurantes locais, ir até Alba para umas comprinhas em supermercado (= vinhos regionais mais baratos), em suma, o Piemonte é um lugar para desacelerar e curtir a tranquilidade.
Importante: Reserve as visitas e degustações em produtores, normalmente eles o fazem por e-mail. O lugar (ainda) não foi tomado pelo turismo de massa (felizmente). Isso quer dizer que, na maior parte dos casos, você não encontrará uma estrutura para receber hordas de turistas ou naquele sistema de “entre sem bater”. No entanto, você provavelmente será recebido por quem está na linha de frente, lidando diariamente com todos os aspectos da produção do precioso líquido de baco, e que deixará transparecer o prazer de uma pessoa apaixonada pelo que faz.
Saúde!
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